quarta-feira, 23 de abril de 2014

Fred Abreu: O Grande pesquisador da Capoeira

Todos aqueles que amam a capoeira e se interessam em conhecê-la mais a fundo, suas histórias, seus personagens, os fatos importantes, enfim, todos aqueles que buscam compreender melhor essa rica manifestação da cultura afro-brasileira, devem muito àquele que foi um dos maiores, senão o maior pesquisador da capoeira de todos os tempos: Frederico José de Abreu, ou simplesmente Frede Abreu, como era conhecido no meio.

Frede Abreu não está mais entre nós, partiu para as “terras de Aruanda” em julho de 2013, mas deixou como legado uma obra importantíssima, através dos muitos livros, artigos, crônicas e textos que escreveu, além de um enorme e rico acervo organizado por ele composto de documentos, livros, fotografias, filmes, revistas, jornais, etc., que pode ser considerado o maior acervo sobre capoeira existente.

Mas o mais importante, é que Frede sempre foi um sujeito muito generoso. Ele sempre abriu as portas de sua casa - onde todo esse acervo era guardado - pra qualquer um que desejasse pesquisar e se aprofundar no conhecimento sobre a capoeira. Ele sempre acolheu de forma muito amável todos que o procuravam: pesquisadores, estudantes, capoeiristas, historiadores, e contribuiu de forma efetiva para a maior parte de toda a pesquisa produzida sobre capoeira no Brasil e também no exterior. É muito difícil encontrar algum livro, artigo, documentário, tese de mestrado ou doutorado sobre capoeira no qual ele não seja citado ou não tenha colaborado de alguma forma.

Frede viajou por todo o Brasil e também para o exterior, onde sempre era convidado a participar de eventos, conferências, seminários, palestras ou simples “bate-papos” sobre capoeira. E fazia isso sempre com muita boa vontade, prazer, simpatia e bom humor que caracterizavam esse baiano que nunca se recusou a dividir o seu amplo conhecimento sobre a nobre arte da capoeiragem, quando era requisitado, por quem quer que fosse.

Mas a contribuição de Frede Abreu para a capoeira vai ainda mais além: ele foi um dos responsáveis pelo retorno do mestre João Pequeno à capoeira. João tinha se afastado  da capoeira no início da década de 1980, depois da morte de Pastinha, e se dedicava a vender legumes e verduras numa barraca na Feira de São Joaquim, junto com sua esposa, a querida “Mãezinha” como é conhecida por todos. Frede então articulou a volta de João, e foi o responsável pela organização da sua academia, que foi instalada no Forte Santo Antônio além Carmo, e se constituiu como o centro de todo o movimento de recuperação da capoeira angola, que nessa época passava por um momento difícil, num processo de franca decadência.

Pela academia e sob a liderança de João Pequeno, passaram todos os mestres que foram importantes para o movimento de renovação e revigoramento da capoeira angola, desse período histórico em diante.

Há alguns anos, Frede conseguiu apoio do governo federal para enfim organizar o seu vasto acervo, criando o Instituto Jair Moura que durante algum tempo funcionou no bairro do Garcia em Salvador. Mas esse apoio não teve continuidade e todo o acervo voltou para a sua casa, num quarto onde tudo continua a ser guardado com muito zelo pela sua família.

Esperamos que as autoridades se sensibilizem com a importância da preservação e organização desse verdadeiro tesouro sobre a memória da capoeira que Frede reuniu com  tanto carinho e dedicação, durante tantos anos, e está ameaçado de se degradar pela falta de um local adequado sob a orientação de profissionais especializados.

Frede se foi, mas seu sorriso franco, seu fino senso de humor, sua disponibilidade e generosidade, seu carisma como ser humano e seus inestimáveis serviços prestados à capoeira ficarão eternizados entre todos aqueles que valorizam a memória social de um país que sofre de “esquecimento crônico”, como é o caso do Brasil.

Um axé meu amigo, onde quer que você esteja!



Fonte: Portal Capoeira

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Musicalidade na Capoeira



A música é um componente fundamental da capoeira. Foi introduzida como forma de ludibriar os escravizadores, fazendo-os acreditar que os escravos estavam dançando e cantando, quando na verdade também estavam treinando golpes para se defenderem. Ela determina o ritmo e o estilo do jogo que é jogado durante a roda de capoeira. A música é composta de instrumentos e de canções, podendo o ritmo variar de acordo com o Toque de Capoeira de bem lento (Angola) a bastante acelerado (São Bento Grande).


Muitas canções são na forma de pequenas estrofes intercaladas por um refrão, enquanto outras vêm na forma de longas narrativas (ladainhas). As canções de capoeira têm assuntos dos mais variados. Algumas canções são sobre histórias de capoeiristas famosos, outras podem falar do cotidiano de uma lavadeira. Algumas canções são sobre o que está acontecendo na roda de capoeira, outras sobre a vida ou um amor perdido, e outras ainda são alegres e falam de coisas tolas, cantadas apenas para se divertir.



Os capoeiristas mudam o estilo das canções frequentemente de acordo com o ritmo do berimbau. Desta maneira, é na verdade a música que comanda a capoeira, e não só no ritmo mas também no conteúdo. O toque Cavalaria era usado para avisar os integrantes da roda que a polícia estava chegando; por sua vez, a letra é constantemente usada para passar mensagens para um dos capoeiristas, na maioria das vezes de maneira velada e sutil.


Os instrumentos são tocados numa linha chamada bateria. O principal instrumento é o berimbau, que é feito de um bastão de madeira envergado por um cabo de aço em forma de arco e uma cabaça usada como caixa de reverberação. O berimbau varia de afinação, podendo ser o Berimbau Gunga (mais grave), Médio (médio) e viola (mais agudo). Os outros instrumentos são: pandeiro, atabaque, caxixi e com menos frequência o ganzá e o agogô.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Capoeira nas Escolas



A ca­po­eira é uma das ex­pres­sões mais sig­ni­fi­ca­tivas da cul­tura afro-bra­si­leira. Re­cebeu re­cen­te­mente do Iphan o tí­tulo de “Pa­trimônio Cul­tural do Brasil”, por seu valor enquanto sím­bolo de re­sis­tência de uma cul­tura ne­gada du­rante sé­culos em nosso país. A ca­po­eira tem uma li­gação muito ín­tima com todo o pro­cesso ci­vi­li­za­tório bra­si­leiro, so­bre­tudo no que diz res­peito à cons­trução de nossa iden­ti­dade cul­tural. A in­clusão da ca­po­eira como prá­tica edu­ca­tiva na rede pú­blica de en­sino é fruto do pro­cesso de escola­ri­zação da mesma, cujo con­texto his­tó­rico se per­cebe desde o final da dé­cada de se­tenta.



A capoeira vem sendo trabalhada na escola com diferentes enfoques e variadas formas de inserção e atores. A depender do trabalho realizado, possui um enorme potencial educativo relacionado não somente ao seu contexto sociocultural originário ou à diversidade de experiências de movimento, ritmo, socialização, contexto histórico (dentre outros) que proporciona, mas também pela intensidade existencial experimentada por alguns sujeitos que a praticam, dentro e fora da escola.

A Fundação Arte Brasil Capoeira está há 10 anos trabalhando em parceria com escolas e prefeituras do Maciço de Baturité. Municípios como Aratuba, Aracoiaba, Mulungu, Guaramiranga, estão com trabalhos sólidos e parcerias compromissadas.

terça-feira, 1 de abril de 2014

VII Ceará Fest Capoeira

Vem aí um dos maiores eventos de capoeira do Norte e Nordeste.
O Ceará Fest Capoeira chega na sua 7ª edição. O evento é realizado pela Fundação Arte Brasil Capoeira, e tem presença confirmada de mestres renomados do Brasil  e do exterior como Mestre Barrão, Mão Branca, Luisinho (filho de Mestre Bimba), Albino, Balu, Ulisses, Muralha e, também, a presença confirmada do antropólogo e historiador Carlos Eugênio, além de mestres do Estado do Ceará.

Mestre Pedro convida a todos os capoeiristas do estado para abrilhantar a festa.

Não fique de fora desse grande encontro da capoeira do Ceará!