Em um Palácio Rio Branco cercado por cerca de 20 grupos de capoeira da Bahia, do Rio e de Pernambuco, o Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) acolheu por unanimidade, dia 16 de julho de 2008, o pedido de registro da capoeira como patrimônio cultural brasileiro, feito pelo Ministério da Cultura.
É o ponto alto de uma história polêmica. "A prática foi, por muitos anos, considerada crime pelo Código Penal", lembra a historiadora e capoeirista Adriana Albert Dias. Os registros mais antigos vêm do século 18: era praticada por escravos, sobretudo os de Angola. O esporte/dança foi considerado crime até o fim da década de 1930. Só a partir de lá começou a alçar a fama - hoje, em 150 países.
A capoeira passa a ser um dos 14 patrimônios culturais do País, junto com o frevo, o samba carioca e o ofício das baianas de acarajé, entre outros. "Se hoje a manifestação é legitimada como um dos principais símbolos da cultura brasileira, foi por muito sacrifício, em especial dos mais antigos", conta o historiador Frede Abreu.
Na prática, a elevação da capoeira a patrimônio cultural prevê, além do reconhecimento como bem cultural, a criação de um plano de previdência especial para os "velhos mestres".
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