sábado, 13 de março de 2010

Capoterapia em Mulungu


O Contramestre Nir, da FABRAC de Mulungu-Ce, iniciará no mês de abril em parceria com a Secretaria de Assistência Social daquela cidade, aulas de Capoterapia para Grupos da Terceira Idade.

O projeto contará com pessoas da sede e localidades de todo o município.
Contramestre Nir, que foi habilitado por Mestre Gilvan, criador da Capoterapia, é o único no Maciço de Baturité capacitado para desempenhar o trabalho.

Mestre Gilvan, capoeirista brasiliense, há 11 anos, o constatou que havia escassez de políticas públicas e de atividades específicas para a terceira idade. Nascia no Distrito Federal a capoterapia - capoeira adaptada para a terceira idade - como modalidade lúdica, capaz de atrair pessoas e tirá-las do sedentarismo.

Uma das diferenças da capoeira tradicional para esse novo método está no ritmo e na intensidade. Assim como na capoeira, na capoterapia há a ginga, movimento tradicional da capoeira, e os alunos têm pequenas noções da esquiva, que é o ato de se desviar de um golpe. Mas, evidentemente não há saltos, nem golpes mais contundentes, que possam expor os idosos a acidentes e lesões.

A capoterapia pode ser praticada, inclusive, por cegos, pessoas com déficit mental ou com seqüela motora (cadeirantes). Apenas pessoas com doença cardíaca grave devem evitar, pois nestes casos qualquer esforço físico mais intenso é uma ameaça a sua saúde. Como a maioria dos grupos de capoeira funciona em centros de saúde, os próprios médicos alertam os pacientes sobre a viabilidade ou não de fazer a capoterapia. E, o que é mais importante, na capoterapia há o respeito ao ritmo de cada um.

O que é a capoterapia?

É uma terapia utilizando elementos da capoeira adaptada para pessoas da terceira idade, respeitando a condição física, as potencialidades, os limites e as características psicológicas individuais da clientela.

A prevenção de doenças degenerativas do Aparelho Cardiovascular, Respiratório e Locomotora são os principais problemas da medicina atual, pois estas doenças ocupam os primeiros entre as causas das mortes e invalidez em grande parte das nações (1). No distrito federal, estes problemas estão presentes principalmente em pacientes da terceira idade.

Durante os últimos 12 anos ficou provado que os idosos podem se beneficiar com participação em programas de treinamentos físico (2). Mas o sistema de saúde do distrito federal não possui equipes multi-diciplinares para planejar, executar e avaliar projetos de condicionamento físico para pessoas da 3ª idade que são atendidas em seus Hospitais e Centros de Saúde. É neste vácuo que a Capoterapia tem atuado, ajudando a medicina curativa a proporcionar melhor qualidade de vida ao idoso.

CAPOTERAPIA é uma terapia utilizando o lúdico da capoeira, idealizado pelo Mestre Gilvan. Em Brasília (DF) devido ao sedentarismo dos grandes centros, aliado às doenças cardiovasculares e respiratórias, ser o grande responsável pela mortalidade entre os mais vividos. Doenças como a arteriosclerose e a artrite, entre outras, podem ser evitadas, ou mesmo tratadas, a partir da prática orientada de exercícios físicos.

A prática de esportes, com ênfase nos seus aspectos terapêuticos e de estímulo à prática socializante, tem se revelado como um poderoso instrumento para proporcionar o bem estar físico e espiritual e a própria felicidade aos idosos, num momento tão particular de suas vidas, onde o convívio familiar lhes impõe um certo isolamento natural. A capoeira, em particular, trabalhada na perspectiva de respeitar as condições físicas próprias da terceira idade, pode se converter num eficaz meio de valorização da vida social dos idosos, fazendo do seu ambiente um pólo catalisador e irradiador de cidadania.

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